segunda-feira, 1 de junho de 2009

Os Meios de Comunicação Social e a Cultura de Paz

Os meios e a sua função
Quem são os proprietários: os donos ou os que usam
O que se entende por cultura
O que se entende por paz
Quais perspectivas para criar uma cultura de paz

A mídia se inseriu no mundo como uma grande novidade de inovação tecnológica, abrindo cada vez mais poder ao ser humano. Este poder, na verdade, se tornou a ilusão de criar o espaço que garanta a sua colocação na sociedade, consolidando-o na sua versão de dominador. Só que o ser humano com o tempo criou uma disputa tal de fazer o dominador e dominado, como conseqüências de uma divisão irreversível quase que fosse uma necessidade de subsistência. Hoje, para ter uma idéia, se não tiver uma televisão num domicilio, por exemplo, sente-se mais frustrado o ser humano se não tiver uma casa digna pra morar. Criou-se esta dependência que rende a pessoa incapaz de enxergar uma outra realidade. Ai a gente se pergunta: De fato, quem na verdade detêm o poder da mídia: quem a usa ou os donos?

Sabe-se que o proprietário dificilmente aparece, mas é quem predispõe e dispõe tudo para ter o seu interesse. E aqui entram todos os jogos de forças para garantir a sua vitória. Exemplo da mídia no tempo da guerra no Iraq.

Segundo McLuhan, nós estamos determinados pela tecnologia, ou seja pelo determinismo tecnológico e por isso pra ele a única solução é desconectar o cabo de força da tomada, isto é cortar este tipo de comunicação.

Certamente nós não estamos de acordo com esse tipo de afirmação, embora reconheçamos que a situação seja preocupante, porém achamos que o ser humano possa encontrar as soluções através da sua capacidade do saber e do dialogar.

Porém, nos questionamos: será que estamos ensaiando,vivendo esta dimensão do saber e do dialogar?
Pelo menos nós da Igreja o que estamos fazendo de fato.

CULTURA
A CULTURA SE REFERE AO PENSAMENTO E A CIVILIZAÇÃO À TECNOLOGIA

Cultura, como nós a entendemos, diz respeito ao modo de ser e de viver dos grupos sociais: a língua, as regras de convívio, o gosto, o que se come, o que se bebe, o que se veste vão formando aquilo que é próprio de um povo.

Em um país como o Brasil, tão diverso, tão grande, com tantas expressões diferentes, com tantos jeitos de ser, de brincar, de conviver e rezar, que vão se modificando de lugar para lugar, e a toda hora, não podemos falar de uma única cultura, mas das muitas culturas que o formam.

A cultura é o fermento que alimenta, dá forma e conteúdo à educação.

A cultura é a medida total do comportamento humano e dos seus produtos, inseridos no pensamento, na linguagem, na ação e nos artefatos do ser humano, e dependente da capacidade humana de aprender e de transmitir a ciência às gerações vindouras através da utilização dos instrumentos, das linguagens e dos sistemas do pensamento abstrato.

PAZ

A paz começa nos corações. Não é simplesmente a ausência da guerra, nem é promovida apenas para evitar o conflito mais vasto mas, ao contrário, ajuda a orientar o nosso raciocínio e as nossas ações para o bem de todos. Ela torna-se uma filosofia de ação que nos torna a todos responsáveis pelo bem comum e nos obriga a dedicar todos os nossos esforços para a sua causa. As vezes até o silencio pode ser opositor da paz.

A MIDIA, ENFIM, QUE TIPO DE CULTURA E DE PAZ VEICULAM
Perante essas considerações podemos tirar uma conclusões:
A cultura é apresentada como uma mistura de experiências globais. O nosso planeta se tornou uma aldeia.
O Brasil é como se tivesse uma só cultura. E se enfrentar outras no mesmo pais são mais consideradas como algo de diversas e separadas, umas novidades que as vezes podem ser consideradas interessantes ou ameaçadoras, dependendo do ponto de vista de quem detêm o poder daquele meio.
Essa cultura que os meios produzem, portanto, é o fermento que alimenta, dá forma e conteúdo à educação ?
E a paz como é apresentada.
Ela torna-se uma filosofia de ação que nos torna a todos responsáveis pelo bem comum e nos obriga a dedicar todos os nossos esforços para a sua causa?

AS NOVAS LINGUAGENS
Introduziram novas maneiras de se comunicar, bem diferentes das escritas e das leituras. Estas linguagens tem o seu alfabeto. E creio que pelo momento é desconhecido na maioria do ensino oficial e não. Isto está gerando um mundo de analfabetos. O novo analfabetismo gera uma maior dependência.

Eu creio que temos a chance de contribuir para que estes meios possam na verdade contribuírem para uma cultura da paz na medida que a gente conheça e possa recepcionar as mensagens como elas realmente apresentam. Isto significa que podemos respeitar tranqüilamente os pontos de vista deles, mas não podemos deixar de nos manipular.

É essa nova alfabetização que permitirá de adquirir a liberdade, e de não nos deixarmos levar tanto no pensamento quanto na ação. Portanto o meu ponto de vista não é tanto de se queixar com a política da mídia em geral, porque eles tem toda uma política que certamente não é evangélica e nem pretendem chegar a isso, mas de aperfeiçoar o nosso conhecimento em relação as novas linguagens. Isto sim poderá condicionar a política deles, em quanto tudo é construído a partir do receptor. Se o receptor não é mais manipulável também a mídia tem que mudar ou em outro caso vai perder a força de influenciar. Este sonho nós podemos alimentá-lo também com a força de uma PASCOM ativa no nosso meio. Não temos outra saída se não essa. Alfabetizando praticamos a libertação. E isto é imitar o nosso Senhor Jesus.

Pe. Cláudio Pighin

Fonte: www.arquidiocesedebelem.org.br

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